Antigas Cantigas
Como tudo começou:
Desde criança, Renato Motha ouvia na voz de sua mãe as músicas de seresta, valsas, modinhas, e só mais tarde pôde perceber a riqueza daquelas canções que povoaram sua infância.
Em 1998, Renato elaborou um projeto com o objetivo de registrar em disco parte desse repertório numa leitura pessoal, mas preservando-lhe a essência.O álbum:
Em 1999, Renato Motha lança com Patricia Lobato o álbum Antigas Cantigas Brasileiras, e recebe sua mãe, Zaíra Fernandes Mota, para dividir com ele a faixa É a ti flor do céu.
O CD foi gravado e mixado por Demerval Filho no estúdio Via Sonora, materizado por Evandro Lopes no Estúdio Sonhos & Sons em Belo Horizonte, produzido e arranjado pelo próprio Renato, que tocou violão, além de vocalizar os sons de trompete e cordas. Também contou com as participações de Robério Molinari (piano), Marcelo Rocha (clarinete) e Nenén (percussão).
Vale destacar o projeto gráfico feito por Otávio Bretas, com foto da capa de Wilson Baptista, fotos de época de Belo Horizonte, e do acervo particular de Patricia e Renato, abrindo-nos um antigo álbum de família.
A popularidade:
O CD Antigas Cantigas obteve grande sucesso de público e crítica, tendo figurado entre os independentes mais vendidos no ano de 1999, além de ter sido trilha para o espetáculo da Escola do Grupo Corpo naquele mesmo ano.
Este trabalho foi também escolhido para representar o Estado de Minas Gerais num show especialmente produzido pela Rede Minas na virada do século, exibido pela TVE - RJ.
Baú de pérolas:
O álbum Antigas Cantigas nos transporta para um tempo de delicadeza, expressando com simplicidade e requinte toda riqueza inerente a nossa música.
Grande parte do repertório é de temas pertencentes ao domínio público, compostos por autores anônimos, além de clássicos de grandes compositores da música brasileira surgidos na primeira metade do século XX, principalmente nos anos 30, período este conhecido como "Época de Ouro" da música brasileira.
As cantigas, temas folclóricos, cirandas, serestas, valsas e modinhas são parte do inconsciente coletivo nacional, e têm sido ao longo dos anos fonte de inspiração e matéria-prima para a produção das mais relevantes obras da música popular brasileira.
Esse acervo nos revela um autêntico retrato sonoro do Brasil em seus primórdios, em uma de suas maiores vocações, ser cancioneiro.
Resgatando:
Este trabalho também visa resgatar e levar ao conhecimento das novas gerações parte do enorme, mas pouco difundido manancial de jóias existentes na cultura musical do nosso país.
Cantigas à luz de velas:
O show foi apresentado em igrejas das cidades históricas de Minas.
O espetáculo literalmente acústico e à luz de velas, foi uma das atrações dos festivais de inverno de Tiradentes e Diamantina no ano de 2002.
Um contato inusitado:
Um fato bastante curioso ocorreu durante a gravação de Casinha Pequenina. A canção foi gravada ao vivo, "de primeira", voz e piano por Patricia e Robério Molinari, com um belíssimo arranjo escrito por Radamés Gnatalli.
Ao término, encantado por aquele momento, Otávio Bretas (designer gráfico do álbum), que estava presente no estúdio conosco, nos perguntou quem era o compositor daquela música, e prontamente respondemos-lhe que se tratava de um autor desconhecido. Exatamente nesse momento, tocaram simultaneamente o telefone do estúdio e o celular de Otávio, e para nossa surpresa, não havia ninguém do outro lado, em ambas as linhas... ou havia?
Repertório:
1. Morena morena (domínio popular)
2. Prenda minha (domínio popular)
3. Eu sonhei que tu estavas tão linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso)
4. Bodas de prata (Roberto Martins e Mario Rossi)
5. Tim tim (domínio popular)
6. Sabiá lá na gaiola (Hervé Cordovil e Mario Vieira)
7. É a ti flor do céu (Teotônio Alves Pereira e Modesto A. Ferreira)
8. Róseas flores d'alvorada (domínio popular - recolhido e arranjado por Mário de Andrade)
9. Adeus Sarita (domínio popular)
10. Pingo d'água (domínio popular)
11. Casinha pequenina (domínio popular - arranjo para piano de Radamés Gnatalli)
12. Quem sabe? (Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio)
Na versão japonesa lançada em 2006 pela NRT/Maritmo, a faixa Côa Fubá / Na Bahia tem - domínio popular, aparece como bônus.
1. Morena morena (domínio popular)
2. Prenda minha (domínio popular)
3. Eu sonhei que tu estavas tão linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso)
4. Bodas de prata (Roberto Martins e Mario Rossi)
5. Tim tim (domínio popular)
6. Sabiá lá na gaiola (Hervé Cordovil e Mario Vieira)
7. É a ti flor do céu (Teotônio Alves Pereira e Modesto A. Ferreira)
8. Róseas flores d'alvorada (domínio popular - recolhido e arranjado por Mário de Andrade)
9. Adeus Sarita (domínio popular)
10. Pingo d'água (domínio popular)
11. Casinha pequenina (domínio popular - arranjo para piano de Radamés Gnatalli)
12. Quem sabe? (Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio)
Na versão japonesa lançada em 2006 pela NRT/Maritmo, a faixa Côa Fubá / Na Bahia tem - domínio popular, aparece como bônus.
Com uma belíssima releitura de valsas, modinhas e canções de domínio público, a dupla Renato Motha e Patricia Lobato esbanjou talento em Antigas Cantigas Brasileiras, mostrando que obras enraizadas na cultura popular têm caráter perene e nunca perdem o viço do novo.
Osvaldo Afonso (jornalista) - Jornal Minas Gerais -24/02/2000
Antigas Cantigas resgata canções, valsas e modinhas antigas do nosso cancioneiro popular, muitas delas de domínio público, e a elas confere um tratamento simples e belo. Primoroso também é o trabalho do encarte, de rara beleza.
Maurício Gouvêa (crítico musical) - International Magazine - RJ - dezembro / 1999
Antigas Cantigas Brasileiras, um trabalho simples que visa promover um contato direto com a emoção.
Patrícia Cassese (jornalista) - Jornal Hoje em Dia - BH - 07/08/1999
Antigas Cantigas tem grande apelo popular devido ao baú de pérolas que traz à tona.
Ailton Magioli (crítico musical) - Jornal O Tempo - BH - 07/08/1999
Nada soa tão novo ou tão bonito quanto Antigas Cantigas.
Eustáquio Trindade (jornalista) - Jornal De Casa - BH - 01 a 07/08/1999
Antes de abrir o encarte para acompanhar as letras de Prenda Minha, Bodas de Prata, Sabiá lá na gaiola e outras guloseimas com jeito de compota da cristaleira da vovó, o verso de Drummond dá a senha:
"Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!"
É só liberar a saudade ...
Kiko Ferreira (crítico musical) - Estado de Minas - 13/07/1999